" ngc-news... As notícias da forma que deveriam ter sido publicadas quando aconteceram... ngc-news... Fatos históricos e atualidades... ngc-news..."

20130816

Kon-Tiki




Hoje 21 de abril de 2013, fazem 66 anos que o horizonte foi avistado durante 101 durante pelo norueguês Thor Heyerdahl sem muita perspectiva de se estar no caminho certo e sem nem mesmo uma garantia de que era possível terminar a viagem a salvo. Heyerdahl, porém, pouco pensava nos perigos envolvidos na viagem. No seu horizonte, ele não via o oceano. Via, sim, a realização de um sonho, um que representaria um progresso imenso para a ciência.
Nascido em 1914, formado em zoologia e geografia, ele se dispôs, ao lado de outros cinco homens, a atravessar o Oceano Pacífico em 1947, numa balsa de madeira. O feito era visto como impossível por marinheiros e cientistas, mas foi à única maneira encontrada pelo norueguês para comprovar sua tese de que índios da América do Sul teriam chegado às ilhas da Polinésia no século no passado.

- Sua teoria era baseada nas proximidades culturais e naturais. Por exemplo, um dos mais importantes alimentos na Polinésia era a batata doce, cuja planta é conhecida por crescer na América do Sul.
 - Gostava de dizer que os oceanos não eram necessariamente perigosos e que poderiam facilmente servir como caminho para a comunicação e o contato de povos antigos.
- Idealizou a viagem pelo Pacífico depois de ouvir uma série de recusas para a publicação de sua tese quanto às origens dos polinésios: todas as editoras de universidades que ele procurava diziam que a idéia de que índios sul-americanos tivessem atravessado o oceano era absurda demais para ser levada a sério. Só lhe restara recriar as condições existentes entre os séculos VI e XII, período visto pelos arqueólogos como do início da povoação das ilhas da Polinésia, e mostrar que a travessia era possível.
- Ele reuniu um grupo de cinco pessoas, quatro noruegueses e um sueco, para montar a balsa batizada de Kon-Tiki e acompanhá-lo na viagem. Foram usadas nove toras de madeira para a base, com 13,7 metros de comprimento. A cabana em que a tripulação dormia foi feita de bambu e folhas de bananeira. Os mastros, onde foi presa a vela, eram de mangueira.
- Eles carregaram a embarcação com 275 galões de água, 200 cocos, batatas, frutas, raízes, material para pesca e um rádio. O ponto de partida foi a cidade de Callao, no Peru.
- As coisas não foram fáceis para Heyerdahl durante viagem. Tiveram que enfrentar tempestades, tubarões e a dificuldade de conviver tanto tempo no mar.
- Heyerdahl teve problemas para ser aceito pela comunidade acadêmica, sobretudo pelos arqueólogos. Muitos rejeitaram sua tese por acreditarem que provar que a travessia era possível não significava provar que ela foi feita no passado.
- A história está narrada no livro “A expedição Kon-Tiki”, escrito pelo próprio Heyerdahl e lançado no Brasil pela editora José Olympio.
Ainda assim, a viagem foi refeita nas mesmas condições do Kon-Tiki outras oito vezes, a maioria com sucesso. Essas expedições foram importante para mostrar que a Kon-Tiki não chegou a seu destino por sorte. Depois de Thor, a arqueologia experimental se tornou um campo valioso. Hoje, cientistas replicam desde ferramentas pré-históricas até vilas inteiras para aprender sobre as limitações acerca da rotina e da vida em outras eras.

Texto de André Miranda – NGC-News (0031) – Agosto 2013
Leia mais sobre esse assunto em: